Perdemos Saramago, perdemos a chance de ouvir e não saber o que pensar, porque Saramago era assim: Uma escrita sem respostas, uma pergunta que paira a vida inteira. Uma delícia, as vezes, deprimente. Quisera muitos fossem Saramago. Ser Saramago é provocar visões, reflexões, dor na barriga e alucinações. Mas isso não é para qualquer um.
Este ano virei escritora. Assim, de repente. A editora da UFGD vai publicar minha pesquisa de Mestrado: Pintando uma Imagem: Nossa Senhora Aparecida - 1931: Igreja e Estado na Construção de um Símbolo Nacional. Sai da gaveta e vai para as prateleiras. Conjunto de letras, palavras e frases esperando uma mente irrequieta, curiosa e paciente. Intelectuais da área folhearão o livro, tecerão comentários, criticas, elogios? Não importa. O que me interessa é que as noites em claro vão para o papel, tomam corpo, se concretizam e, se a sorte permitir, invadirão algumas dezenas de mentes.
O que mais alguém que não é nem meio Saramago pode querer?