Crio porque amo!

Adoro trabalhar com exclusividade. Acredito que esse seja o diferencial do artista. Cada trabalho que realizo, seja nas artes gráficas ou em pintura, mosaico etc., é feito com a paixão de quem realiza algo pela primeira vez. É o novo que me seduz e é o exclusivo, o impar e o emocionado que busco. Nesta semana estive conversando sobre isso com alguns expositores da 5ª Expoeventos e 1ª Exponoivas que foi realizada entre os dias 23 e 25/03, no salão de eventos da Unigran em Dourados – MS. Costumam me perguntam por que não monto uma empresa de serviços especializados em noivas ou qualquer outro ramo. É simples. Adoro atender uma noiva, perceber em seu íntimo o que ela mais deseja para imprimir esse sentimento em seu convite e todo o visual gráfico. Para realizar isso com paixão não posso ter vinte noivas no meu pé,.. é esse o problema,.. e ficar só nesse ramo ou em qualquer outro, impregnada com seus vícios, resultaria em um engessamento doentio da minha criatividade,.. e isso não quero que aconteça. Admiro muito quem faz esse trabalho árduo e com tanta dedicação. Não é coisa prá qualquer um. Além disso adoro estar fazendo mosaico pensando em como fazer uma logo para um engenheiro, ou fazer um convite de noiva pensando em como resolver uma fachada,... é assim que gosto de trabalhar. A mistura das técnicas e dos desvarios me possibilita criar de maneira escandalosa e deliciosa!
É isso, precisava desabafar. Prefiro o anonimato ao estrelato e confinada ao primeiro vou fazendo tudo o que gosto com muita paixão.Criando e amando!

Pintura em Tela

As Santas de Andréa são uma verdadeira oração.
Unem arte e religiosidade através da estética, espaço onde se tem a garantia do exercício da sensibilidade humana.
A artista ousa ao aventurar-se num jogo entre os processos de construção, “desconstrução” e reconstrução da imagem de Nossa Senhora Aparecida, objeto de fé e veneração de muitos, tornando-se um símbolo intocável.
Porém, essa passagem do sagrado ao profano é feita de forma tão encantadora, que se torna um convite à mente humana a ganhar maior plasticidade e a embrenhar-se em sua proposta. Ao permitirmos uma revisão sobre o sagrado, acabamos nos encantando pela força essencial que adquire a cor em seus trabalhos, pelas texturas e inovações nas vestimentas e pela diversidade dada à coroação de Nossa Senhora, rompendo com limites à sua penetração em qualquer tipo de cultura.
Andréa nos apresenta, enfim, uma proposta complexa: discutir um símbolo religioso. Mas, para isso, ela utiliza a Arte, que permite discutir convenções, profanar o sagrado desmistificar conceitos e ampliar nossas leituras de mundo de maneira racional e sensível.
Sendo assim:
Ave “Nossas Senhoras” cheias de Arte...
“Rogai por nós”!

Maria Celene de Figueiredo Nessimian
Professora Mestre do curso de Artes Visuais da UFMS/CG